BAD WOMEN com artes
de BRÃO!
Com
abertura no dia 18 de OUTUBRO às 18h, a exposição apresenta as pin-ups
produzidas pelo artista e fica em cartaz até dia 01 de NOVEMBRO.
Abraham
M. Aguiar, AKA, BRÄO, tem um estilo muito legal.. ou vários estilos muitos
legais. Tanto em termos de estrutura quanto de acabamento, o trabalho dele
sempre me lembrou grandes desenhistas dos anos 1970... Não é uma influência
obvia, clara, mas esta lá... às vezes em como ele faz os cabelos das
personagens femininas, às vezes em como estrutura os olhos e boca dessas
personagens. Quando vi as pin-ups que ele anda produzindo, principalmente em
seu sketchbook, achei que tinha tudo a ver trazer esse material pra fazer uma
exposição aqui na Quanta, porque esse trabalho gráfico tem muito do que eu vi
como um bom trabalho de estrutura de desenho e cor.. E na estruturação correta
e consciente de conceito de estética e tudo mais. A exposição vai acontecer.. a
abertura vai rolar no dia 18 de outubro, acompanhado de outra surpresa, que
depois falaremos!
Formado
em animação fora do país, Brão trabalha também com produção de vídeo e animação
em seu estúdio de animação, que atua principalmente em publicidade e projetos
de série para TV.
Abaixo,
você pode ler uma entrevista que fizemos com ele sobre esse projeto de pin-ups.
QUANTA - Gostar
desse imaginário de pin-ups com Bad Women é bem frequente entre ilustradores e
desenhistas... De onde vem essa sua influência? Quem são seus artistas de
pin-ups preferidos?
BRÃO - Essa influência vem de uma descoberta precoce das HQs europeias
de meu pai. Eu devia ter uns 13 anos quando li Druuna pela primeira vez. Meu
pai tinha outras HQs que havia trazido de uma viagem a Portugal, Crepax, Manara
e outros títulos que acho que nunca vieram pro Brasil. Infelizmente essa
coleção foi perdida no tempo, mas a impressão ficou.
Principalmente por na época eu ser muito ligado nos quadrinhos
americanos anos 90 e Druuna foi meu primeiro contato com um quadrinho europeu, ou
até mesmo com quadrinho autoral e eu não era de ficar só babando
na “sacanagem”; o traço do Serpieri, seu acabamento, putz, foi algo que
mudou meu olhar e me fez chegar até a Heavy Metal, onde lia Frazetta, Moebius e
Bisley. Carrego essa lembrança comigo desde então.
De lá pra cá, estão nas minhas prateleiras: Howard Chaykin, Marguerite
Sauvage, Jim Mahfood, Cameron Stewart, J. Scott Campbell, Adam Hughes, Otto
Schmidt, Apolonia Saintclair, putz, a lista vai embora. Daqui do Brasil, acho
que vale mencionar o Benicio, o Marcelo Daldoce e o Greg Tocchini. São caras
que nessa minha retomada ao desenho me inspiraram (e ainda inspiram) a
melhorar.
QUANTA - Na minha
opinião, as artes tem um clima meio anos 1970... principalmente dos desenhistas
que tinham uma inspiração meio “punk” em sua arte, artistas da Heavy Metal,
Metal Urlant. Isso tem a ver?
BRÃO - Total! Daí vem o Serpieri, tem o Liberatore também, Simon Bisley,
lia muita Heavy Metal quando moleque, tinha coisas do Manara, Moebius. Eles
tinham atitude no desenho e em suas mulheres e tento trazer isso para o meu
trabalho.
QUANTA - Você traz
uma mistura interessante de influências e referências temáticas e estéticas em
suas pin-ups... personagens de quadrinhos é uma delas. Vampirellas,
super-heroínas e Tank Girls.. O fato de estas personagens não existirem apenas
em imagens congeladas, de elas terem histórias, de terem personalidades
construídas, de “existirem”, ajuda na hora de fazer uma pin-up delas? Você
pensa em histórias com elas quando produz suas imagens?
BRÃO - Não sei se eu chamaria de histórias, mas eu procuro pensar em um
contexto, mesmo que ele não apareça no resultado final, faz parte do processo.
Penso na atitude, na pose, no olhar, no momento, muito mais do que em histórias
ou "panos de fundo" para elas.
QUANTA - E quando
você cria essas personagens aleatórias, que existem apenas em imagens (não têm
um contexto já criado), você imagina histórias com elas? Imagina quem elas são,
de onde elas vêm, como é a personalidade delas? Já ouvi isso de alguns amantes
de pin-ups.. que quando olham para imagens de personagens que só existem
naquela imagem, criam histórias pra elas... criam um contexto. Você faz isso
enquanto desenha essas Bad Women?
BRÃO - Algumas vezes, não acho que seja sempre. Gosto de pensar no que
elas estão pensando, em realmente dar uma atitude. Acho que isso é algo de que
eu fugi, ou aprendi com o exemplo contrário de minhas influências, onde a
mulher muitas vezes era subjugada ou vazia. Gosto de dar poder as minhas
pin-ups, elas tem que dominar quem as vê.
QUANTA - Você usa
ferramentas e técnicas diferentes em cada um dos processos de arte para suas
pin-ups.. Tem algum processo que você se sente mais à vontade?
BRÃO - Eu estou sempre estudando, tentando algo novo, algo que nunca
usei. Quando me sinto a vontade é hora de parar e tentar algo diferente.
QUANTA - Sei que
você tem uma proximidade muito grande com música, principalmente Rock. Você
seleciona trilhas sonoras específicas para ouvir enquanto produz alguma
personagem? Elas tem algum “tema”?
BRÃO - Sempre produzo com música, mas nunca tão específico. Música é
algo muito pessoal, concorda? Eu ponho aquilo que vai me por no clima
dependendo de como foi meu dia ou de como vai ser meu dia.
QUANTA - (se sim) –
Fala um pouco disso... Algumas músicas ou álbuns ou bandas que escutou enquanto
produzia algumas dessas personagens.
BRÃO - Bom, minha banda favorita de todos os tempos é o Motörhead,
escuto pelo menos um álbum deles por dia. De vez em quando alguma música deles
aparece em algumas Pin-Ups, "Bomber", "Love me Like a
Reptile", "Devils". O próprio nome Bad Women veio de uma música
deles do álbum Bastards, chamada Bad Woman, que é uma ode a mulher. Judas
Priest aparece de vez em quando, "Devils Child", "Living after
Midnight", "Touch of Evil", essa última tem uma história
especial.
Conheça melhor o trabalho de BRÃO:
iambrao.blogspot.com.br/
facebook.com/BRAO.art
twitter.com/iamBRAO
lightboxstudios.com.br
iambrao@gmail.com
iambrao.blogspot.com.br/
facebook.com/BRAO.art
twitter.com/iamBRAO
lightboxstudios.com.br
iambrao@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário