terça-feira, 4 de novembro de 2008

Curso de Pintura - Quanta Academia - Tel: (11) 3214-0553

Estou de volta para falar mais do curso de pintura da Quanta Academia de Artes. No texto anterior falei sobre o desenvolvimento da técnica e da criatividade no nosso curso de pintura. Dessa vez vou abordar a questão técnica mais a fundo.

Tenho uma preocupação a respeito da técnica nas aulas que dou no curso de pintura, que é fazer com que o aluno compreenda pelo menos duas formas de pintura: a da tinta aguada (transparente) e da tinta densa (cobertura). Acredito que essas duas formas de pintar praticamente englobam todas as demais, e uso isso como base para as aulas.
Justificar
Antes de explicar melhor o que quero dizer com tinta aguada e tinta densa vou expor as dúvidas mais freqüentes que os alunos trazem para a sala de aula com a intenção de mostrar porque chegamos nessa abordagem no nosso curso de pintura.

Dúvidas e comentários freqüentes em sala de aula: “Eu só sei desenhar com lápis, será que consigo usar pincel?”, “Meu trabalho é preto e branco eu sou uma negação para cor.”, “Já tentei pintar com aquarela e acrílica e não consegui, será que vou dar certo com guache?” ou até “Qual a tinta mais fácil de pintar guache ou acrílica?”, essas questões e comentários mostram o quanto o aluno está confuso em relação à pintura, e enquanto está situação persistir ele não irá desenvolver seu trabalho de uma forma consistente.

Eu compreendo que os alunos iniciantes tenham este tipo de dúvidas porque muitas dessas questões também me incomodavam quando comecei a me aventurar no mundo das tintas.

Começar a estudar uma técnica nunca é fácil. Sem as instruções adequadas os alunos podem cair em uma série de frustrações que geralmente os levam a desistir. Ao mesmo tempo uma orientação clara e precisa devolve a confiança ao aluno e permite que ele obtenha um aprendizado mais eficiente e bem menos traumático.

A primeira coisa que se deve fazer quando vamos começar uma pintura é pensar no estado que essa tinta será manuseada (liquido, pastoso ou denso), isso é muito mais importante do que saber se é guache, aquarela, acrílica, ecoline, óleo, etc... Até porque muitas dessas tintas operam em ambos os estados. É claro que existem diferenças específicas entre as tintas citadas, mas no início essas sutilezas não contarão tanto, primeiro o aluno deve se preocupar com o estado físico da tinta, isso servirá como base para a compreensão da técnica. Somente após obter essa compreensão é que ele irá escolher uma técnica para se aperfeiçoar.

Tinta aguada: é a primeira técnica que trabalho com os meus alunos no curso de pintura. Para a compreensão desta técnica nós usamos aquarela e papel Fabriano 100% algodão. Eu cito o papel neste caso porque sem ele nós só conseguiríamos um terço dos efeitos e passagens de tom que a aquarela (ou que outras técnicas transparentes possuem). Os pontos mais fortes da tinta aguada são o uso transparência, da sobreposição transparente e as fusões sobre a superfície do papel úmido. As técnicas transparentes geralmente são usadas do claro para o escuro, preservando o branco do papel para gerar a luminosidade da cena. Essa técnica obriga o aluno a imaginar os efeitos de luz logo no início de sua pintura onde poucas correções são possíveis e depois de um determinado ponto a pintura permite ainda menos retoques.

Tinta densa: é a segunda técnica a ser trabalhada no curso de pintura. Para isso usamos o guache, que tem uma boa capacidade de cobertura e ainda possui uma semelhança muito grande com a aquarela. As tintas densas são usadas com camadas opacas que sobrepõe as áreas pintadas cobrindo totalmente a superfície onde foi aplicada. O papel não é tão fundamental para que a técnica seja aplicada com sucesso, ele precisa ter entre 150 a 200 gramas no mínimo (eu sugiro p/ os alunos trabalharem entre 250 e 300 gr ). A pintura densa geralmente é trabalhada do escuro para o claro, pois pela própria natureza da tinta a luz pode ser acrescentada a composição e isso permite que o aluno mude de idéia e corrija seu trabalho com mais facilidade.

Esse é um resumo extremamente simplificado da base que trabalho no curso de pintura da Quanta. Volto em breve para falar separadamente de cada um dos processos de pintura e das principais diferenças apresentadas por ambas.

Se você se interessou pode vir até a Quanta e assistir uma aula de pintura experimental e conferir pessoalmente o nosso método de ensino.

Um abraço e até a próxima,

DAVI CALIL.

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